5.2 A dieta brasileira: em defesa da Comida e da Feira

Maxixe. Acerola. Cajú. Mandioca. Macaxeira. Urucum. Pitanga.

Para muitas pessoas, apenas um amontoado de sílabas que formam sons estranhos na boca. Pra outras, sons estranhos na boca que dão água na boca. E por falar em som, já tem tempo que esse é um dos meus favoritos. 

[ som ambiente de feira ]

  • Boa noite, tudo bom? Tá quanto a jaca?
  • A jaca é cinco.
  • E essa siriguela?
  • Cinco. 
  • Cinco também?

São 10:30 da noite, eu tô caminhando pela feira de frutas e verduras que acontece num bairro vizinho ao meu, toda sexta-feira. Como não é uma feira muito extensa, assim que chego, deixo a minha bicicleta presa por ali e já percorro a rua de um canto a outro. Assim, vejo se tem alguma novidade que me salta aos olhos – ou simplesmente garanto logo algum produto que tô interessado e sei que vende rápido. 

Feiras podem ser mais ou menos barulhentas e organizadas. Podem ser feiras de produtos orgânicos ou não-orgânicos. Acontecer num dia específico ou todo dia. Cada cidade ou bairro tem a sua dinâmica. Mas uma coisa que todas têm em comum é que, quase sempre, entre uma barganha e outra, surge a oportunidade de uma conversa despretensiosa. Seja com alguém que a gente acabou de conhecer por ali, ou com aquele vendedor ou vendedora que a gente já conhece pelo nome e faz questão de ser chamado de freguês

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