Maxixe. Acerola. Cajú. Mandioca. Macaxeira. Urucum. Pitanga.
Para muitas pessoas, apenas um amontoado de sílabas que formam sons estranhos na boca. Pra outras, sons estranhos na boca que dão água na boca. E por falar em som, já tem tempo que esse é um dos meus favoritos.
[ som ambiente de feira ]
- Boa noite, tudo bom? Tá quanto a jaca?
- A jaca é cinco.
- E essa siriguela?
- Cinco.
- Cinco também?
São 10:30 da noite, eu tô caminhando pela feira de frutas e verduras que acontece num bairro vizinho ao meu, toda sexta-feira. Como não é uma feira muito extensa, assim que chego, deixo a minha bicicleta presa por ali e já percorro a rua de um canto a outro. Assim, vejo se tem alguma novidade que me salta aos olhos – ou simplesmente garanto logo algum produto que tô interessado e sei que vende rápido.
Feiras podem ser mais ou menos barulhentas e organizadas. Podem ser feiras de produtos orgânicos ou não-orgânicos. Acontecer num dia específico ou todo dia. Cada cidade ou bairro tem a sua dinâmica. Mas uma coisa que todas têm em comum é que, quase sempre, entre uma barganha e outra, surge a oportunidade de uma conversa despretensiosa. Seja com alguém que a gente acabou de conhecer por ali, ou com aquele vendedor ou vendedora que a gente já conhece pelo nome e faz questão de ser chamado de freguês.