5.1 É seguro viajar no Brasil?

Era agosto, finalzinho do inverno aqui no Brasil. Pra um país que tem as estações do ano tão pouco definidas como o nosso, isso não quer dizer necessariamente que tá frio. Mas como o Recife é uma cidade tão quente que tem gente que, ironicamente, a chama de Hellcife, uma sequência de sete dias com temperatura na casa dos 20 graus é frio suficiente para que alguns moradores tirem os casacos do armário e até arrisquem a dormir sem ar-condicionado ou ventilador

Depois de dias de céu nublado e nevasca psicológica dos seus habitantes, eis que surge um belo final de semana de sol. E é claro, todo mundo vai à praia.

Praia de Boa Viagem, Recife – Arquivo Alice

Nesse momento, divido o apartamento com um amigo, que tá recebendo um colega de um estado vizinho, e não via a hora de aproveitar o nosso litoral. É a oportunidade perfeita para apresentarmos a cidade e ainda tirar o mofo da gente. 

A orla do Recife, como de muitas cidades brasileiras, é cercada por edifícios gigantes, de dez, quinze, até trinta andares. Um mal da especulação imobiliária. Lá para as 15h30, 16h, a sombra de alguns prédios começa a se projetar sobre a faixa de areia da praia, deixando a gente com muito frio e pouco bronze. Então a gente move as cadeiras de praia e pertences alguns metros para o lado, onde a sombra de um prédio mais baixo ainda vai demorar pra nos alcançar. E ficamos ali, nós três e alguns outros amigos que encontramos e foram se juntando. Deitados sob as nossas cangas de praia, embalados pelas músicas que tocam nas caixinhas de som e o álcool das caipirinhas. Um retrato da preguiça. Até que toda aquela tranquilidade é interrompida por uma movimentação estranha. 

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